Fixou o olhar em mim, foi ficando cada vez mais pálido e, numa fração de segundos, explodiu como uma bexiga e liberou uma espécie de fumaça que emulava um caudaloso rio tupiniquim. Daquele momento em diante, comecei a travar uma espécie de batalha ianque com a minha mente, uma batalha em que não há, ao certo, um vencedor, um perdedor; há, em verdade, um lado dominador que tenta, sem sucesso, impor sua realidade sobre o lado a ser dominado. Trocando em miúdos, tentava me centrar e racionalizar sobre o que acabara de ver: estou ficando louco? será que acabo de me deparar com algum ser de outro planeta?
Mirava a televisão localizada sobre a cabeça do atendente, via uma tela extremamente brilhante, uma tela em que se podia facilmente distinguir o vermelho, o verde e o azul. Diferentemente das telas normais, tais cores não se misturavam, formando uma espécie de efeito três-de em um impresso quando este não é observado sob a ótica dos mirabolantes óculos. Mais ao lado, uma porta semiaberta revelava um quarto de paredes verdes, parcialmente iluminado pela luz do sol que entrava de alguma janela não visível na cena.
A fumaça formada pela explosão do atendente ainda permanecia no ar... Eu tinha a sensação de estar ali havia muito tempo. Tudo parecia tão real...
Não pude suportar tudo aquilo e fui buscar abrigo no mundo, na cidade, na rua defronte àquele sobrado.... Estava livre, graças a Deus!
Nos dias subsequentes ao fatídico, mais tranqüilo, tornei a manusear a vida como se nada aquilo tivesse acontecido...
Pensando bem, aquele atendente era de fato um alienígena, era natural de um planeta situado a milhares de anos luz da terra, no qual eu, tu eles, todas as pessoas, sejam elas de primeira, segunda ou terceira nuança, do singular ou plural, estávamos naquele momento.

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