domingo, 26 de setembro de 2010

23-10-10 (continuação)

Chegamos ao ponto de encontro marcado no mapa, num enorme terreno plano de vegetação rasteira, pequenas construções abrigam a equipe local. Nos reunimos do lado de fora, onde fizemos o primeiro contato com nossos novos companheiros. Passamos algum tempo estudando as estratégias, avaliando o melhor posicionamento e praticando os movimentos que iremos realizar durante a missão.

Enquanto nos equipamos o clima já está ficando insuportável. A angústia é visível até para nossos novos camaradas, apesar de nosso esforço para manter a serenidade. Procuro relaxar, me concentrar no que devo fazer e não pensar no pior.

No céu há pouquíssimas nuvens, no chão o vento não venta. O sol começa a se fazer notar quando estamos enfileirados recebendo as últimas instruções do comandante. Cá estamos, lado a lado, ombro a ombro, pensando o mesmo pensamento. Ninguém fala mais nada, cada um se concentra como pode.

Iniciamos a marcha lentamente, um bimotor nos espera com a porta lateral aberta. Entramos aos poucos, e vamos nos sentando nos lugares definidos. O barulho das hélices é ensurdecedor, mal consigo ouvir os gritos do piloto. De onde estou, não consigo ver a janela, não sei quanto tempo se passou, muito menos de onde estamos.

A luz verde se acende na cabine, a porta lateral volta a se abrir e recebemos o comando – é hora.

(continua...)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Excessos

Trabalhou.

Deveria ter descansado, mas resolveu sair.
Atacou a primeira leva de fritas batatas acompanhado de seres sem etiqueta.

Parece que um deles até lambeu o recipiente que comportava o cheddar.
A segunda barca veio ainda mais salgada e fálica. Provavelmente mais deliciosa também.

Dormiu.

Fez o seu mea-culpa com Deus e preparou-se para a grande noite. As mulheres pareciam preparadas para a janta e ele certamente queria fazer parte deste banquete.

Anteriormente havia tomado a famigerada pilula vermelha. Essa não veio da mão de Morpheus, mas certamente o faria encarar uma dura e fria realidade: A de que a balada seria extensa e que fatalmente acabaria em uma lanchonete de renome.

Bebidas ali e acolá, risadas, conversas e muito calor.

A noite foi virando dia e os companheiros de longa data prontamente já haviam cumprido o seu papel. 2 a 0. O relógio parecia jogar contra e os holofotes já estavam prestes a apagar.

Nos acréscimos, anotou um tento simples, que nunca seria feito por Dodô atualmente na Lusa. Se completa o álbum eu não sei, mas certamente a repetida fazia sentido naquele contexto.

O 3 a 0 conferia ares de vitória acachapante e a vitória foi aberta com estilo pelo novo jogador do elenco. Ele ainda não porta a faixa, mas apresenta grande potencial. A 8 cai bem: ele marca forte, assiste aos companheiros e finaliza como poucos. É um volante moderno e polivalente oriundo de uma escola dotada de malandragem e displicência tática.

Seguindo o script previsto para a noite, partiram para o Cachorro Novo em busca de um lanche velho. E de alguma forma, o X Salada Especial preenchido pela melhor maionese de São Paulo parecia completar o evento.

O trator amassou.

Dormiu.

Esperou que a segunda nunca fosse chegar.

E ela chegou.

domingo, 19 de setembro de 2010

23-10-10

Saímos há uma hora, mas não temos idéia de quanto tempo falta para chegar. Estamos mais uma vez juntos, são 6 anos de convivência. Foram inúmeras empreitadas, campanhas, batalhas, guerras... Um esquadrão treinado, entrosado, determinado.

Mas dessa vez algo está diferente, partimos normalmente, nos equipamos normalmente, entramos no comboio normalmente, escutamos as mesmas músicas que antes. Mas a cada segundo que passa, o clima vai se alterando levemente, nos entreolhamos com um viés que não nos é costumeiro.

Talvez seja pela missão que estamos prestes a enfrentar. Não sabemos exatamente como vai ser, o que vamos fazer nem o que vamos encontrar pela frente. Não é a primeira vez em que nossas vidas estão em jogo, mas parece que voltar pra casa inteiro é a única preocupação.

(continua...)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Seja você, mesmo que seja estranho

Nunca achei que eu fosse dedicar o título de um post à uma música da Pitty, mas poucas vezes senti que um título fosse tão adequado.

Durante minha época de estudante, me deparei com inúmeros exemplos de pessoas que eram metamorfoses ambulantes. Ainda que ter aquela velha opinião formada sobre tudo não seja o ideal, a mudança só é válida quando parte do interior; é motivada por algum auto-conhecimento que te leva a gostar de algo novo.

Dessa maneira, acho extremamente difícil que alguém goste de techno, funk, emo, black, música brasileira e sertanejo em um espaço tão curto de tempo.

Se hoje em dia, dificilmente encontramos pessoas que são fiéis às suas convicções, também podemos dizer que são poucas as marcas que tem algum tipo de respeito às suas origens e essência.

Se no mundo das pessoas, ter gostos estranhos em certos momentos da vida pode representar suícidio social, no mundo das empresas, poucos parecem reprimir marcas que afirmam coisas diferentes a todo momento.

Em outras palavras: Quais marcas que foram as primeiras a se importarem com o bem estar dos funcionários? Quais marcas foram as primeiras a se preocuparem com o fim dos recursos naturais antes que esse discurso entrasse em voga?

Quando uma pessoa assume um gosto por um simples modismo, na maioria das vezes o seu conteúdo é vazio. Em uma conversa de 30 minutos, conseguimos "desmascarar" um modista, pois naturalmente seu conhecimento sobre o tema é inferior ao de alguém que realmente seja apaixonado pelo assunto.

De forma análoga, é muito triste perceber que a maioria das empresas é modista em relação à tópicos tão importantes na nossa agenda, como a sustentabilidade por exemplo.

A sustentabilidade, na acepção do termo, também diz respeito ao bem estar dos seres vivos do planeta.

Portanto, não adianta investir milhões na preservação de algum recurso natural se a suas práticas de negociação e condução de negócios for baseada em uma lógica ditatorial. Também não adianta gritar para o mercado que se está plantando árvores para atenuar o aquecimento global, quando cientificamente não se sabe se essa atitude realmente ajuda o meio ambiente.

Algumas raras empresas conseguem adotar uma postura coerente com a visão dos seus líderes como é o caso da Natura e da Ben and Jerry. Essas empresas conduzem seus negócios de acordo com a filosofia dos seus líderes. Isso significa que, mesmo que você nao saiba, essas empresas aplicam sua visão à TODAS as etapas do seu negócio, interna e externamente.

Acima do lucro, as empresas se veem como responsáveis pelos seus atos e pela comunidade em torno delas. Isso fez com que a Natura restaurasse a reigão de Cajamar e a Ben and Jerry recusasse um acordo milionário com a Nabisco por não exnergá-la como uma empresa benfeitora.

Se alguma vez você já se distanciou de uma pessoa por não concordar com os seus valores ou não enxergar alguma essência em seu comportamento, procure fazer o mesmo com as empresas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Linda Moça

A linda moça carregava um buque nas mãos, não era bem um buque, era um vasinho pequeno com uma delicada flor dentro, mas também digna de ser um presente, de ser um carinho.

A linda moça não parecia ter ganhado aquelas flores, não parecia nem mesmo ter a intenção de dá-las a alguém, simplesmente as carregava.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ela é ela

Ela é ela.
Cadela ou donzela.

Talvez tivesse com alguma peça rosa
Talvez rosa estivesse minha face
Meus suspiros, minhas aspirações

Loiro Galisteu
Branco Lazer
Morena de sol
Acredite, longe de ser vulgar.

So ela é ela
Mas será que ela sabe?
Sabe o que eu quero?
É claro que sabe

E acreditar, ela acredita ?
Tomara que sim
Tomara que o elogio
Possa salva-la dessa loucura
Dessa mais nua e crua

Aprendeu mais uma vez
O que já sabia
Mais uma vez
Não mudaria

E p q mudar, não é mesmo?
Se fica tão bem essa maquilagem nos olhos
E ela sabe disso.
Pq ela é ela.