terça-feira, 2 de março de 2010

Lavoisier, não me enganes tu...

Eu sei que deveria. Eu deveria simplesmente sair escrevendo... mas sair escrevendo de onde? Do banheiro? Da sala? Do elevador? Se eu saio escrevendo, quem vai sair lendo, assim, de graça, sem motivo? Eu poderia sair escrevendo, mas em uma bola de papel amassado, logo, logo, o texto fatalmente se transformaria. Aliás, pensando bem, o "tudo", além de sempre virar bosta, pode se transformar em "qualquer coisa". Se você imaginar um celular (apenas para citar algum aparelho desprezível criado pelos humanos), é perfeitamente possível que, ao menos em sua cabeça, esse celular comece a se transformar em ninguém menos que Barack Obama... Sim, nele mesmo... Com todo seu ar magrelo de boneco pernambucano carnavalesco. Ou então, apenas para citar um outro exemplo, é possível transformar, em frações de segundo, um cândido e interrogático cisne em um colorido e quadrático cubo mágico... Acreditem: essa capacidade é notória, já que essas fugazes transformações se opõem à maxima de Lavoisier, cuja sentença disparada aos incautos franceses era: na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Ó sábio gênio; balela. BALELA! Isso não passa de acalanto para acalmar Jacobino. Nesse caos metamorfósico em que vivemos, tudo se cria, tudo se perde, tudo se tranforma! Tudo.

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